Justiça decreta prisão preventiva do homem que atirou contra sogro
Nesta quinta-feira (28) a Justiça decretou a prisão preventiva de Felipe Gabriel Jardim de Oliveira pelo crime de homicídio qualificado. Até então ele estava com a prisão provisória decretada desde o dia 29 de junho. Felipe foi filmado enquanto atirava contra o ex-sogro, o policial aposentado João do Rosário Leão, de 63 anos, em uma farmácia de Goiânia no dia 27 de junho. A decisão foi assinada pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira.
De acordo com o juiz, o pedido de prisão preventiva levou em conta o depoimento de sua ex-namorada, Kennia Yanka, que afirmou que os dois chegaram a terminar o relacionamento várias vezes pelo fato de Felipe ser uma pessoa extremamente violenta. Além disso, no depoimento Kennia afirma que ele tinha o hábito de andar armado e ameaçar as pessoas por motivos banais, como em pequenas desavenças no trânsito. Segundo a filha da vítima, Felipe ameaçava de morte tanto ela, quanto seus familiares. Inclusive, Kennia disse em depoimento que no dia da morte do pai, Felipe ligou para ela dizendo que ia matar o ex-sogro pelo fato dele ter registrado um boletim de ocorrência contra ele.
O magistrado afirma que, ao considerar toda a ação do crime e os antecedentes informados no depoimento de Kennia, Felipe Gabriel demonstra perigo à sociedade em uma eventual liberdade. O juiz Antônio Fernandes ressalta também que o réu responde por outro processo criminal relacionado à violência doméstica contra a mulher.
No dia 13 de julho, Felipe foi indiciado por quatro crimes no inquérito que investiga violência doméstica contra a ex-namorada, sendo eles: ameaça, violência psicológica, injúria e disparo de arma de fogo.
A Polícia Civil concluiu as investigações sobre o homicídio de João do Rosário no dia 19 de julho. Na ocasião, o indiciamento de Felipe se deu por porte ilegal de arma de fogo e homicídio qualificado. Na terça-feira (28), o Ministério Público de Goiás denunciou o homem por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e também pelo porte ilegal de arma.
Juntamente com a denúncia, o promotor de Justiça José Carlos Nery Júnior requereu que a prisão temporária de Felipe fosse convertida em preventiva. Ele ressaltou no documento que a medida é necessária e adequada para resguardar a ordem pública, a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal. O MP pediu também o sequestro de bens móveis e imóveis do denunciado, contudo isso não foi acatado pela Justiça.
A defesa de Felipe Gabriel tem agora 10 dias para responder à acusação e apresentar documentos e testemunhas que o ajudem no processo. A reportagem tentou contato com o advogado Júlio de Britto, mas até a publicação, não houve retorno. O espaço permanece aberto.
Relembre o crime
Felipe Gabriel foi até a farmácia do ex-sogro, João do Rosário, no dia 27 de junho e o matou a tiros, depois que ficou sabendo que o policial aposentado havia registrado um boletim de ocorrência contra ele por agressão.
Imagens de câmeras de segurança mostram quando Felipe Gabriel se aproxima, às 11h01, e dispara. Depois, salta sobre o balcão e atira novamente. “Meu pai caiu aos meus pés”, afirmou Kennia Bianka, irmã de Kennia Yanka.
A vítima foi socorrida e levada em estado grave para o Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), mas não resistiu aos ferimentos e morreu poucas horas depois.